sexta-feira, 26 de julho de 2019

Ctrl+C / Ctrl+V n. 5 - The Spatial Education Inequalities website (SEI)

Reproduzo abaixo texto que explica o projeto coordenado por Marcos Delprato  da Universidade de Sussex, Inglaterra, intitulado "Spatial Education Inequalities". Na prática os dados permitem conhecermos o quão profunda é a desigualdade educacional no mundo contemporâneo. Trata-se de ferramenta importantíssima para os que estudam as desigualdades regionais domésticas e no sistema internacional sob a ótica do sistema educacional. Eis link para acesso: https://spatial-education-inequalities.com/. Também é possível clicar em diversos momentos do texto para ser direcionadx e haverá um link permanente em nossa lista de sugestões de sites a conhecer aqui no blog.

Segue texto de apresentação do projeto:

The online site Spatial Educational Inequalities (SEI) allows a more robust monitoring of educational inequality beyond what is provided by current monitoring tools which rely on rural and urban categorisations and regional divisions within a country.


The SEI uses as a unit of analysis the community and its spatial location (XY coordinates) within a given country. This permits the users to carry out a more refined geographic assessment of education inequalities, and a more granular and efficient monitoring and targeting through the use geodata localised indicators (with maps and related dataset). A spatial perspective on educational inequality is important as correlations of education indicators across the life course based on smaller areas definitions depends on what happens in proximal areas through cluster externalities.


The SEI website was launched in July 2019 for engagement with the international education community and those monitoring the Sustainable Development Goal (SDG) 4 for Education, adding to the current educational inequalities’ platforms and efforts on tackling education inequalities on the global south.

Up to now, the SEI website contains the sub-Saharan Africa (SSA) region, for the latest 29 DHS surveys/countries, and for 14 education indicators. Users can compare results across countries, though the main purpose is for country-specific analysis. The SEI website contains maps, spatial statistics, and raw dataset and geographical files for further analysis. The site contains over 10,000 maps and over 2,000 files.

domingo, 21 de julho de 2019

Eduardo, a questão internacional e arranjos domésticos


Eduardo, a questão internacional e arranjos domésticos[1]

George Gomes Coutinho

Eduardo Bolsonaro em Washington se tornou uma das questões consensuais que agrupam tanto críticos de direita quanto na esquerda em seu rechaço. Quem diria. Ao menos indica aí a possibilidade de construir consensos mais amplos que fujam da lógica da polarização e do hooliganismo político. A crítica só não penetrou de maneira receptiva entre os apoiadores mais fiéis e fervorosos do presidente, o que inclui extrema-direita, parte da direita evangélica, grupos que defendem o fechamento das instituições e etc..

Um dos problemas mais sensíveis diante deste imbróglio em particular, há outros, é se a opinião pública, em suas frações de esquerda ou direita, está interpretando de forma correta ou construtiva o fato. Por isso penso que valha problematizar.

Há dúvidas, por exemplo, se a indicação do presidente pode ser interpretada no âmbito jurídico como nepotismo. Contudo, mesmo que o sistema jurídico brasileiro não considere como tal, a opinião pública já assim definiu. Isto é absolutamente preocupante. Indica um vício persistente que não nos retira do ciclo destrutivo em que se encontra o Estado Democrático de Direito, se é que podemos adotar esses termos com dignidade em nossa conjuntura. O “julgamento plebiscitário” não parece que irá nos abandonar tão cedo. Tal como em votações de realities shows, favoritos e preteridos são escrutinados apressadamente pela plateia, o que inclui indivíduos, grupos, leis, instituições, ideias, etc.. As regras do jogo tornam-se descartáveis ou secundárias. O problema é que sem regras do jogo não há sequer democracia.

Prosseguindo, não é incomum ou exatamente inadequada a indicação “política” de embaixadores nem na diplomacia mundial e tampouco na tradição brasileira. Por vezes a nomeação pode ocorrer para indivíduos até mesmo como “prêmio”, vide o caso do ex-presidente Itamar Franco (1930-2011) que foi nomeado embaixador em Portugal. Evidentemente Itamar Franco e Eduardo Bolsonaro não são remotamente semelhantes em seus currículos ou contribuições. Mas, é importante lembrar que nem sempre a indicação do nome para ocupar a função de embaixador segue necessariamente o caminho da carreira do Itamaraty e não há nada de ilegal nisso.

Feitos os reparos e todavias causa espécie na opinião pública a indicação de ninguém menos que o próprio filho para ocupar um dos postos mais importantes da diplomacia brasileira e num país, os EUA, que se apresenta como absolutamente estratégico para o atual projeto de política externa do governo brasileiro. Alguns analistas apresentam que a indicação é coerente onde a política é vista como empreendimento familiar e a indicação do próprio filho representaria “alto apreço” do presidente por aquela embaixada em especial: oras, sendo importante, nada menos significativo que enviar o próprio filho para executar a missão.

A despeito da justificativa acima apresentada, mesmo que Eduardo tenha uma sabatina exitosa no Senado brasileiro, a indicação carece de legitimidade política em termos domésticos. Se paira dúvida sobre a legalidade, restam certezas acerca da imoralidade da proposta.

Para além disso o perfil profissional de Eduardo causa indisfarçável insegurança até mesmo para parte dos entusiastas dos rumos da política externa no governo Bolsonaro. Cabe lembrar que o nome de Nestor Forster, este sim diplomata de carreira e o escolhido de ninguém menos que Olavo de Carvalho, despontava como favorito até bem pouco tempo. A dúvida é se Eduardo seria capaz de lidar com a complexidade das demandas de uma política externa mais alinhada com o governo norte-americano exigiria. Mesmo a justificativa, mais uma vez familiar, de que Eduardo conheceria os “filhos de Trump” se apresenta como atestado de ignorância ou pura ingenuidade. O posto da embaixada de Washington precisará lidar muito mais com governadores dos estados e empresários para construir as tratativas que irão supostamente concretizar as pontes efetivas entre EUA e Brasil. A festejada intimidade com a prole do alaranjado presidente norte-americano pouco ou nada irá colaborar.

O episódio, sem dúvida desconfortável para os que acreditaram em uma “nova política” ou a “refundação do Brasil” e que, em última instância, revela apenas a reiteração de práticas ancestrais da política brasileira, indica um sinal pouco sutil acerca da independência de Jair Bolsonaro em seus processos de tomada de decisão. Como apontei, Olavo de Carvalho tinha sua preferência e tentou demover os Bolsonaro e seus seguidores da indicação de Eduardo para Washington. O presidente, mais uma vez, demonstrou que não pretende mudar de decisão até o presente momento. A perspectiva do ano passado nas eleições de que Bolsonaro seria um presidente manietado deu mais uma prova nestes seis meses de que não decantou na realidade. Isso a despeito do projeto “Eduardo em Washington” não ter grandes chances de ser um sucesso.



[1] Este texto surgiu de um conjunto de questões que me chegaram pelo jornalista Aldir Sales do jornal A Folha da Manhã sobre uma das polêmicas do momento. A matéria, que conta com perspectivas de outros agentes públicos, encontra-se disponível aqui: http://www.folha1.com.br/_conteudo/2019/07/politica/1250340-indicacao-de-filho-causa-polemica.html

quinta-feira, 18 de julho de 2019

chamada - XVIII Seminário de Integração Regional - UCAM - Campos dos Goytacazes, RJ




O mundo atravessa um novo ciclo de crises intermitentes e generalizadas, vinculadas a uma crise profunda de reprodução dos modelos e padrões de relações econômicas e geopolíticas. Na periferia do capitalismo as crises assumem contornos das particularidades históricas e culturais, guardando, no entanto, algumas recorrências em termos das formas de inserção desses países na economia internacional. Assolados pela desindustrialização e pela especialização regressiva, agravadas pelas guinadas conservadoras no plano político, os espaços periféricos assistem à escalada das questões urbana, ambiental, cultural e da eterna questão social, nas suas manifestações de violência, pobreza, exclusão e desigualdades, reforçadas pela profunda crise do emprego e pela precarização do trabalho. Ao mesmo tempo, os grandes projetos que lideram a integração internacional contribuem com empregos e profundas mudanças nas dinâmicas urbanas e regionais. Essas produzem configurações diversificadas nas ações dos agentes sociais, voltadas para a integração, para a resistência, para a mudança e para a inovação. O XVIII SIR visa estimular o diálogo entre pesquisadores, gestores públicos e representantes do setor empresarial, a fim de debater essas questões, tratadas aos níveis local, regional e nacional.

Cronograma:

Data do Evento
9 e 10 outubro de 2019

Prazo para envio dos trabalhos
De 08/07 a 30/08

Divulgação dos trabalhos aprovados
23/09

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Palestra - IFF - Campus Centro - 10 de julho - 10:30 da manhã

Na próxima quarta-feira, dia 10 de julho, estarei no IFF- Campus Centro para fazer algumas reflexões acerca do "Fascismo Eterno", opúsculo deste gigante que foi Umberto Eco.

A palestra ocorrerá no auditório Miguel Ramalho, 10:30 da manhã.