Daqui até 2020 em Campos
George Gomes Coutinho
O cenário
eleitoral em Campos para 2020, a maior cidade da mesorregião do Norte
Fluminense, é neste setembro de 2019, algo ainda bastante indefinido em minha
perspectiva.
Seja por
particularidades da política local ou por tendências do sistema político que
transcendem questões locais, eu diria que a cidade se depara com um cenário
prenhe de contingências que podem trazer indefinições diversas até o último
minuto. Portanto, estamos falando de um pleito eivado de incertezas e
complexidades.
Creio que o
primeiro ponto é a interconexão entre sistema político e sistema judiciário,
onde o último ainda mantém uma relação de projeção sobre a sociedade brasileira
que não parece arrefecer no curtíssimo prazo. Sendo a política muitas vezes uma
prática em tudo distanciada da moralidade idealizada, não é improvável que
atores políticos possam ser afastados judicialmente do processo de concorrência
eleitoral, seja por motivos corretos ou não. O quanto isso afetará a disputa
dependerá do timing das ações.
Ainda temos a
questão royalties que se encontra na berlinda. Sendo recurso vital para a
sobrevivência orçamentária da prefeitura, a possibilidade de sua pulverização,
mesmo que hipotética neste momento, é também um ingrediente que pode atrair ou
afastar atores políticos em um cenário de terra arrasada indesejável.
Finalizando,
embora aparentemente seja disputa com alta complexidade, antevejo a
possibilidade de ser um pleito com menos energia e entusiasmo que o anterior.
As últimas eleições municipais em Campos foram demarcadas por um alto grau de
expectativas onde parte do eleitorado não as viu tornarem-se concretas. Por
esta chave de análise, talvez a sociedade campista vá para as urnas vivenciando
um misto de melancolia, pragmatismo e resignação.
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