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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Entrevista programa Folha no Ar - George Coutinho e Hamilton Garcia de Lima - 30/11/2020

 No final do mês de novembro último eu tive o prazer de participar do programa Folha no Ar, da Radio Folha FM (98,3 FM, Campos dos Goytacazes, RJ), junto aos jornalistas Claudio Nogueira e Arnaldo Neto. Fomos entrevistados eu e o professor Hamilton Garcia de Lima (CCH/UENF).

Na pauta conversamos sobre conjuntura política (obviamente), eleições municipais brasileiras e eleições norte-americanas.

O resultado pode ser conferido aí abaixo:

Parte 01


Parte 02




A entrevista também se encontra em outros aplicativos de streaming. Para o Spotify é só clicar aqui.

domingo, 29 de setembro de 2019

Daqui até 2020 em Campos


Daqui até 2020 em Campos

George Gomes Coutinho

O cenário eleitoral em Campos para 2020, a maior cidade da mesorregião do Norte Fluminense, é neste setembro de 2019, algo ainda bastante indefinido em minha perspectiva.

Seja por particularidades da política local ou por tendências do sistema político que transcendem questões locais, eu diria que a cidade se depara com um cenário prenhe de contingências que podem trazer indefinições diversas até o último minuto. Portanto, estamos falando de um pleito eivado de incertezas e complexidades.

Creio que o primeiro ponto é a interconexão entre sistema político e sistema judiciário, onde o último ainda mantém uma relação de projeção sobre a sociedade brasileira que não parece arrefecer no curtíssimo prazo. Sendo a política muitas vezes uma prática em tudo distanciada da moralidade idealizada, não é improvável que atores políticos possam ser afastados judicialmente do processo de concorrência eleitoral, seja por motivos corretos ou não. O quanto isso afetará a disputa dependerá do timing das ações.

Ainda temos a questão royalties que se encontra na berlinda. Sendo recurso vital para a sobrevivência orçamentária da prefeitura, a possibilidade de sua pulverização, mesmo que hipotética neste momento, é também um ingrediente que pode atrair ou afastar atores políticos em um cenário de terra arrasada indesejável.

Finalizando, embora aparentemente seja disputa com alta complexidade, antevejo a possibilidade de ser um pleito com menos energia e entusiasmo que o anterior. As últimas eleições municipais em Campos foram demarcadas por um alto grau de expectativas onde parte do eleitorado não as viu tornarem-se concretas. Por esta chave de análise, talvez a sociedade campista vá para as urnas vivenciando um misto de melancolia, pragmatismo e resignação.

domingo, 9 de outubro de 2016

A morte da política?

A morte da política? * 

George Gomes Coutinho **

Eis que a política tem mais uma vez sua morte decretada por diversos analistas e políticos profissionais. Não é a primeira vez que declaram de forma equivocada seu óbito. Justamente por esta razão, dentre outras que irei expor nas próximas linhas, considero o diagnóstico distorcido.

O juízo que avalia a morte da política encontra alguma razão de ser quando observamos os resultados das últimas eleições municipais em diversas cidades brasileiras de médio e grande porte, especialmente se nos concentrarmos nas disputas majoritárias.  A derrota de lideranças históricas, o surgimento de novos nomes “fabricados” pelo marketing político ou daqueles construídos organicamente em face das demandas apresentadas pela sociedade, o esmaecimento da política partidária tradicional e a presença do discurso tecnificado sobre a coisa pública levam água ao moinho das perspectivas mais pessimistas.

Porém, a política ainda é um dos grandes instrumentos onde a sociedade torna vinculante decisões de impacto coletivo. É a forma, radicalmente mundana, de projetar em ações qual maneira de viver decantará em detrimento de outras. A questão é que sociedades complexas são formadas por grupos, estratos, classes sociais e na democracia representativa liberal projetos societários encontram-se em disputa. Neste sentido a política não morreu.

Eleições são fenômenos que não deveriam ser observados em uma perspectiva atomizada. Sendo um fenômeno complexo, as eleições refletem demandas e momentos históricos, não obstante o elemento invariável que caracteriza o pleito: o interesse. Eleitores e políticos profissionais guiam-se por seus interesses e é este gatilho que dinamiza o mercado eleitoral.

Cabe discutirmos evidentemente quais apostas se plasmaram nas urnas neste outubro de 2016 nos municípios brasileiros. Em uma conjuntura fortemente demarcada por um discurso seletivo pautado por valores morais, em alguns casos a técnica se apresentou como saída hipoteticamente “neutra”. O marketing político, dadas as regras do jogo, também foi bem sucedido. Mas, não se trata da morte da política. É apenas sua nova e um tanto frustrante faceta histórica. Só cabe um alerta final: nem a política e tampouco a história estão congeladas.

* Texto publicado no Jornal Folha da Manhã em 08 de outubro de 2016


** Professor de Sociologia no Departamento de Ciências Sociais da UFF/Campos dos Goytacazes