domingo, 11 de agosto de 2024
"Lançamento do livro “Re-trabalhando as classes no diálogo Norte-Sul"
domingo, 21 de agosto de 2022
Lançamento "Sociedade na América - Vol. 1 - Política" - Harriet Martineau (Tradução Fernanda Alcântara)
Vamos nós bater um papo sobre a mais recente tradução que Fernanda
Alcântara (UFJF) fez da sofisticada
socióloga Harriet Martineau (1802-1876). Trata-se do livro “Sociedade na
América: Volume I – Política”.
Essa troca, que muito me honra, vai rolar no canal da
própria Fernanda no YouTube (https://www.youtube.com/channel/UC0CXGn7oDj1XMZVkWcnsqxg)
já na próxima terça-feira, 23/08, 10 horas da manhã.
Fernanda é uma das maiores divulgadoras e tradutoras do
trabalho de Harriet Martineau no Atlântico Sul. O livro, fresquinho e recém
lançado por ela em sua editora (detalhes aqui: https://fernandahcalcantara.blogspot.com/2021/06/livros-publicados-e-formas-de-aquisicao.html),
se apresenta como uma análise crítica e imanente da sociedade estadunidense e
faz parte da Coleção Martineau dirigida pela Fernanda.
O que podemos esperar de nosso encontro na terça? Impressões
sobre uma análise não apologética dos EUA tendo por recorte, neste volume, a
vida política do país d`Os Federalistas.
O saudoso Carlos Nelson Coutinho falava em processo de
“americanalhização” do Brasil. Vai que Martineau, com suas ironias e
perspicácia, nos leve para um caminho terapêutico que nos cure dessa doença?
sexta-feira, 11 de março de 2022
Impressões sobre Faroeste Cabrunco
Impressões
sobre Faroeste Cabrunco, filme do diretor Victor Van Ralse
George
Gomes Coutinho
Sou
amigo de Ralse há uns bons quase 30 anos... Nos conhecemos em um tempo em que
nenhum dos dois tinha idade para ter barba. O contexto eram os nossos “loucos
anos 1990” quando estudávamos na antiga ETFC, curso de eletrotécnica. Victor é
um humanista desde sempre e por isso somos amigos até hoje (algo que não posso
dizer de outras pessoas que conheci no mesmo período).
Embora
eu saiba de seu investimento profissional de muitos anos na sétima arte, admito
que fui surpreendido com a ousadia de Faroeste
Cabrunco. Trata-se de obra cinematográfica feita em Campos dos Goytacazes,
norte do estado do Rio, realizada com o importante apoio financeiro do Fundo
Municipal de Cultura de Campos (FunCultura). O filme tem boa parte de sua
equipe formada por campistas, tem roteiro pensado para a cidade, o diretor é
campista...O que poderia advir desse experimento?
Assisti
o filme na última quarta. Fui um dos intrusos na sessão das 19 horas do Cine
Darcy na UENF. Se tratava da pré-estréia do média metragem e tive a honra de
assistir em primeira mão junto da equipe. Eu estava devendo compartilhar essas
impressões até pela honraria que me foi concedida.
Faroeste
é um curioso mosaico de cultura pop e regionalismo. Há citações diversas e vale
“desconstruir” para “reconstruir” a obra de Ralse. Há Legião Urbana? Há! Da
épica Faroeste Caboclo, que certamente ajudou a batizar o filme, veio
justamente um dos personagens, o “general de dez
estrelas”.
Há realismo fantástico latino-americano? Há! Personagens como a Mana
Chica ou o misterioso Peregrino estão ali para isso. Um surrealismo sutil se apresenta
adornando o trabalho.
Há bang-bang spaghetti? De sobra. O filme é todo inspirado nesse gênero
cinematográfico divertido, por vezes meio pastelão, onde mocinhos e bandidos
lutam em meio a uma conquista do oeste norte-americano puramente imaginada (conquista
esta que não foi nada divertida em termos factuais). Por vezes as deliciosas
trilhas de Ennio Morricone estão ali como referências implícitas compondo a
ambiência.
Temos crítica social? Sim, o filme não é chapa branca. Conta com
financiamento público, algo fundamental e iniciativa absolutamente necessária
que deve ser aplaudida, incentivada e aperfeiçoada. A questão é que, a despeito
disso e por vivermos ainda em uma sociedade democrática, Victor optou por
tomadas que doem na carne. O filme é honesto ao apresentar nossas mazelas sociais
como protagonistas da trama. Além disso o diretor demonstra seu indisfarçável
desprezo ante o coronelismo local, coronelismo este que se atualiza em
oligarquias urbanas.
E o campistês? É a linguagem que articula tudo isso. Termos
irresistivelmente regionais como “lamparão”, “cabrunco”, “tisgo” e congêneres
são como agulha e linha que costuram a trama do roteiro conferindo ao trabalho uma
imagem única.
Com tudo isso ainda temos a emoção no coração do campista. Emociona
muito. Nunca tinha visto minha cidade na tela grande. Por vezes fecho os olhos
e algumas imagens me assombram como espectros cinematográficos. Praça São Salvador. A ponte. Mosteiro de São
Bento. Os recortes da planície semiárida. Vi, me reconheci, me
auto-interpretei.
Finalizando, meu irmão de vida, Sérgio Márximo Moreira Gomes Jr., trouxe
o Aikido para esse guisado pop campista. Quem já esteve no dojô e acompanha as
artes marciais como aprendizado (filosofia ou cultura, tanto faz), vai
reconhecer ali boas cenas coreografadas e fieis ao footwork desta moderna arte
japonesa.
É campista? Veja o filme. Duas vezes pelo menos! Conhece a cidade? Veja
o filme, duas, três vezes. Não é de Campos e não conhece a cidade? Pouco
importa. Veja um trabalho muito corajoso da imaginação artística brasileira que
faz milagres a despeito do baixíssimo orçamento.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
Lançamento - O Dourado e a Piabanha: impressões sobre a pesca de um eco-historiador ativista - Arthur Soffiati
Com grande satisfação que convidamos para o lançamento do livro “O Dourado e a Piabanha: impressões sobre a pesca de um eco-historiador ativista” de Arthur Soffiati.
Nesta live de lançamento teremos uma conversa animada com o autor mediada por José Colaço, antropólogo e prefaciador do livro. Esta atividade imperdível será transmitida ao vivo pelo canal do Neanf/INCT-InEAC/UFF no You Tube.
O Neanf é Núcleo de Estudos Antropológicos do Norte Fluminense Neanf/INCT-InEAC/UFF coordenado pelo Prof. José Colaço (COC e PPGJS/UFF).
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
Lançamento - Funk para além da festa - Disputas simbólicas e práticas culturais no Rio de Janeiro - Luciane Silva
Eis que Luciane Silva (UENF) apronta mais uma das suas. Ela está lançando, pela Ciclo Contínuo Editorial, o seu "Funk para além da festa - Disputas simbólicas e práticas culturais no Rio de Janeiro".
Reproduzindo uma síntese sobre o livro publicado no site da editora:
- Jean-François Véran - Professor adjunto de Antropologia na PPGSA do Instituto de Filoso a e Ciências Sociais da UFRJ
O lançamento pode ser adquirido no site da Ciclo Contínuo Editoral.
Aproveitando o ensejo, avisamos que neste 02/12, 19 hs, a Luciane fará live de lançamento do livro junto a ilustríssim@s convidad@s. O evento pode ser acompanhado no Youtube da editora.
Como eu mesmo já disse em outra ocasião: funkem-se!
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
FLORESTAN FERNANDES: TRAJETÓRIA, MEMÓRIAS E DILEMAS DO BRASIL
Mesa-Redonda sobre o livro "FLORESTAN FERNANDES: TRAJETÓRIA, MEMÓRIAS E DILEMAS DO BRASIL"
Data: 13/12/2021 – Horário: 14 hs
Inscrições: https://forms.gle/eV72UaZeoCpeyH9T8
Com @s autor@s/organizador@s:
Eliane
Veras - UFPE
Diogo
Valença - UFRB
Aristeu
Portela Jr. - UFRPE
Lucas
Trindade – UFRN
Mediação: George Coutinho – UFF/ Debatedora: Adelia Miglievich – UFES
Organização:
Sociedade Brasileira Contemporânea: Cultura,
Democracia e Pensamento Social – UFPE
NETIR - Núcleo de Estudos em Transculturação,
Identidade e Reconhecimento – UFES
IMAGINA-SUL - Grupo de Estudos e Pesquisas da Imaginação
e do Pensamento Político- Social no Sul do Mundo – UFF-Campos
Download gratuito no portal Marxismo 21 do livro "FLORESTAN
FERNANDES: TRAJETÓRIA, MEMÓRIAS E DILEMAS DO BRASIL": https://marxismo21.org/florestan-fernandes-trajetoria-memorias-e-dilemas-no-brasil/
sábado, 13 de novembro de 2021
Lançamento "Irracionalismo de conveniência" – Sérgio Silva + Prefácio
Eis que que Sérgio Silva, o polímata da Unirio, coloca mais uma das suas criações no mundo.
“Irracionalismo
de conveniência: ensaio sobre a pós-verdade” nos chega pela editora curitibana
Appris e sintetiza o conjunto de inquietações teóricas e politicas do autor.
Sérgio não só revisita autores tão diferentes como Foucault ou Adorno. Bebe na
fonte destes, penso que para ganhar fôlego e fúria, e os renova para decifrar
os desafios destas inquietantes primeiras décadas do século XXI.
Para quem quiser
ter um petisco do debate, recomendo o vídeo abaixo da conversa de Sérgio com o
querido Fabrício Neves (Unb) sobre o trabalho recém-lançado:
Também abaixo
socializo o prefácio que elaborei para este livro do Sérgio. Aos navegantes
aviso que tive a honra de ter sido orientado por Sérgio em uma das minhas vidas
na UENF. Hoje eu e ele podemos dizer que somos amigos na universidade e brothers
de armas. Ou, para ser mais preciso, brothers nas artes das seis cordas.
Finalizo dizendo
que igualmente muito me honrou o convite para escrever este prefácio. Sem
dúvida minha contribuição não dá conta da complexidade e da sofisticação da
proposta corajosa de Sérgio. Mas,
funciona como um convite para o leitor fazer o mergulho neste lançamento.
Boa leitura!
Das conveniências do irracionalismo - Prefácio
de “O irracionalismo de conveniência: ensaio sobre a pós-verdade, fake News e a
psicopolítica do fascismo digital” de Sérgio Pereira da Silva. Editora Appris,
Curitiba, 2021
George Gomes Coutinho
A crise do setor financeiro e imobiliário em 2008 nos EUA. A conformação
das novas e perversas dinâmicas do sistema internacional. A ascensão e
previsível queda da Terceira Via inventada, recauchutada, testada e torpedeada
por seu perfil conciliatório e pusilânime com as estruturas sociais brutais do
mundo pós-fordista. A persistência da pauperização, da precarização do mundo do
trabalho, das promessas não cumpridas e tampouco remotamente entregues no mundo
do caráter corroído discutido por Richard Sennett[1]
há tempos atrás. O suposto empresário de si, o “empreendedor” envolto em
fantasias e auto-mistificações falsamente douradas, incensado a partir de nada,
frustrado, oprimido, adoecendo sistematicamente e criando índices de sofrimento
mental ainda não detectados em outros momentos históricos. A mônada com pés de
barro.
Em meio a tudo isso há ainda a pandemia de Covid-19 enquanto escrevo que
denunciou e segue denunciando em cores, áudios, movimento e índices as
diferentes faces da desigualdade em todos os aspectos por todo globo terrestre.
Esta sociedade complexa, intrigante e com traços distópicos incomoda e
pressiona por respostas. É com este momento, onde temos tudo e não temos nada
diante de nós, que Sérgio Silva e seu trabalho se defrontam. Diria que autor e
obra corajosamente se defrontam com
mais uma das grandes crises modernas nadando de peito aberto em mar revolto.
Mas, não obstante a humanidade já ter passado por momentos disruptivos e
francamente vertiginosos, Sérgio e seu livro ressaltam menos o que há de
cíclico em nossa conjuntura, o retorno da roda, e mais os elementos
particularmente trágicos que singularizam o que vivemos. Trata-se de um trabalho de diagnóstico do tempo presente.
Antes de prosseguir penso ser relevante fazer um paralelo com um autor
que se apresenta como alma gêmea e, não obstante a sua ausência no trabalho de
Sérgio, apresentou um opúsculo em 2009 que se coloca em comunicação tão íntima
com a proposta deste livro que podemos dizer que ambos funcionam como vasos
comunicantes. Falo do crítico cultural Mark Fisher (1968-2017) e seu Realismo Capitalista[2].
Sérgio Luiz Silva e Mark Fisher são teóricos críticos em estilo livre[3].
Fisher assinalava com alguma ironia, por vezes sarcasmo e muita indignação o
cenário de terra arrasada do mundo
pós-neoliberal, tudo isso em uma narrativa que vai da cultura erudita ao pop na
velocidade da luz. O ocidente após Thatcher, Reagan, Consenso de Washington e
afins não enveredou acriticamente somente em fórmulas austericidas que
redundaram em índices assassinos de concentração de riqueza. Esta sociedade que
vivemos hoje e que não nasceu ontem, sendo tudo engendrado nas últimas décadas
na verdade, contaminou algo além da imaginação de editoralistas da mídia convencional,
policy makers e agentes coletivos ou
individuais do setor financeiro. Fisher
denunciava nada menos que subjetividade humana mutilada, decepada pela
violência simbólica de slogans como “there´s
no alternative” tal como triunfante já bradou o thatcherismo. Tanto se fez,
tanto se repetiu que não há nada além de capitalismo (e desta modalidade
específica de capitalismo), que o homem comum assim olhou diante de si um
abismo que fornece um presente eternamente cinzento e bárbaro. Um Dia da
Marmota sem final feliz. E, como
sabemos, no risco de flertar em demasia com o abismo o observador pode ser
engolido confundindo-se simbioticamente com a escuridão.
Neste cenário em que o arbítrio se coloca como relação necessária e o interesse mal compreendido impõe uma ontologia postiça é que se apresentam os
sintomas discutidos por Sérgio em nossa contemporaneidade. Pós-verdade, fake
news, barbarização da opinião pública, autoritarismo, reedição do fascismo em
versão atualizada 2.0 e necropolítica. Em meio a tudo isso um capitalismo mais
do que anti-iluminista que se apresenta até mesmo com traços pós-humanos. Pulsão
de morte em ritmo de videoclipe.
As consequências desta sociedade não redundaram somente em indivíduos
dopados em um ciclo de consumo dia após dia de sujeitos aprisionados na
maldição da obsolescência programada. O projeto é de uma sociedade de tiranos e
narcisicamente orientada. Algo que a filosofia política há poucos séculos atrás
chamaria simplesmente pelo nome de guerra
de todos contra todos. Minha base humanista não vê a menor chance de isso
render bons frutos. E não tem dado.
Desta franca deterioração situada além dos limites da opinião pública,
que redundou na ressurgência dos projetos autoritários em diferentes graus e vitoriosos
nos processos de concorrência eleitoral, é difícil não reconhecer que ambos os
lados do espectro político contribuíram de maneira direta ou indireta. Nos
governos no flanco esquerdo, para além de abraçarem sem maiores questionamentos
o receituário fiscal, há aquela
arrogância costumeira. Oras, aos campeões morais o sucesso é inevitável! No
lado direito, compartilhando a mesma cartilha de políticas públicas fornecida
pelo ultraliberalismo, a insuficiência de enfrentarem de maneira honesta seus
próprios demônios. Entre progressistas e conservadores, em uníssimo, a falta de
imaginação política e de compreensão das experiências do século XX e das
demandas do século XXI. Neste ínterim, segue o mundo concreto desabando na
cabeça de milhões de pessoas que não sonhavam e não imaginavam mais qualquer
outro tipo de futuro. Eis o cenário onde grassa o chorume analisado neste
trabalho.
Sérgio compreendeu o caráter multivariado das patologias do nosso tempo. Se
armou com as armas de uma teoria crítica renovada que não abre mão da tradição
do materialismo multidisciplinar. Desejo e necessidade são olhados com lupa em
suas contradições, complementariedades e dinâmica. Teoria social, psicanálise,
sociologia e epistemologia são ferramentas habilmente combinadas. Como se não
bastasse ainda há Habermas, Foucault, Adorno, Elias, dentre outros, que são
mobilizados criativamente em novas sínteses arriscadas e que, por vezes, podem
fazer com que ortodoxos de diferentes matizes sintam certo desconforto. Mas,
pouco importa. O objeto em sua complexidade se coloca em posição de prioridade
analítica e as ousadias teóricas se justificam mais do que qualquer outra
coisa. Importa é compreender em minúcias o inferno semiótico em que estamos.
O livro de Sérgio é critica e compreensão.
Fornece um quadro interpretativo poderoso para compreendermos como a opinião
pública se tornou o ringue de vale tudo que conhecemos. E há, também, em meio
aos meandros argumentativos e analíticos que explicam o fascismo nosso de cada dia, espaço para uma esperança rebelde e
sutilmente subversiva. A utopia de Sérgio envolve a aposta em uma terapêutica
do diálogo como cura para a barbárie. Uma
atuação voltada interativamente para o entendimento, um uso da razão em uma
plenitude expressiva muito além do embotamento coisificado fornecido pela
sociedade dos cliques de curtir/descurtir. A utopia de Sérgio é pulsão de vida.
É interesse bem compreendido embebido do que há de melhor na tradição
iluminista com a qual Sérgio se agarra angustiado.
Por fim, tal como o título denuncia, temos sim um Irracionalismo de conveniência cinicamente mobilizado como resposta
aos afetos, frustrações e desalentos do horizonte árido dado pelo realismo
capitalista. Mas, o trabalho do Sérgio apresenta, na verdade, todas as inconveniências deste irracionalismo. O
preço a ser pago pelo uso de tal playbook
pode ser alto demais, insuportável eu diria. A questão é que temos tempo ainda
de evitarmos um ponto de não retorno. E este livro dá, nas brechas, algumas
possibilidades enquanto nos explica o funcionamento da hidra.
Campos
dos Goytacazes, 13 de maio de 2021.
Referências
BERMAN,
Marshall. Tudo o que é sólido desmancha
no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
FISHER, Mark. Capitalism realism: is there no alternative?
London: Zero Books, 2009.
HOLLERAN, Max.
Marshall Berman´s freestyle marxismo. In: New
Republic. New York City, New Republic, n. 14, abr. 2017.
SENNETT,
Richard. A corrosão do caráter:
consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo: Rio de Janeiro:
Record, 1999.
[1] SENNETT,
Richard. A corrosão do caráter:
consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro:
Record, 1999.
[2] A
edição brasileira foi publicada pela Autonomia Literária em 2020.
[3]
Devo esta expressão a Max Holleran em artigo publicado no ano de 2017 na
revista New Republic. Holleran
definiu o não menos inventivo Marshall Berman como praticante de um marxismo em estilo livre (freestyle marxism). Penso que o termo
aqui se adeque como mão e luva.
sexta-feira, 1 de outubro de 2021
Lançamento - "Geografia dos grandes projetos de desenvolvimento" - 04/10/2021
A AGB (Associação Brasileira de Geógrafos) -Rio e a AGB-Niterói tem o prazer de convidar todas/es/os para o lançamento do livro "Geografia dos grandes projetos de desenvolvimento: Reflexões a partir dos conflitos no estado do Rio de Janeiro" - organizado pelo GT Agrária das AGBs Rio e Niterói.
Na atividade, além do lançamento do livro, será realizado um balanço sobre a trajetória de mobilização e de luta do GT Agrária.
A atividade contará com a mediação das diretorias das duas Seções Locais, além da presença de Paulo Alentejano, Ana Costa, e Vinícius Martins da Silva – autores de artigos que compõe o livro. Esta atividade acontecerá no dia 04/10/2021, às 18:30, e será transmitida pelo YouTube da AGB-Niterói (https://www.youtube.com/c/AGBNiterói).
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
Divulgando - Lançamento de "A redescoberta do Brasil na Amazônia: Mangabeira Unger e o projeto nacional" de Felipe Biasoli
Prezad@s,
Com alegria divulgamos a live de lançamento do livro "A redescoberta do Brasil na Amazônia: Mangabeira Unger e o projeto nacional" do grande Felipe Biasoli. O trabalho chega às livrarias pela editora Patuá.
A live de lançamento ocorrerá na próxima sexta-feira, 17/09, às 19 hs nos canais do Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCn858S7Xb3Q_m_deq4sOCvw) e Facebook (https://www.facebook.com/Editora-Amavisse) da Amavisse, braço acadêmico da Editora Patuá.
Enquanto a live não vem, fiquemos com o aperitivo sobre o trabalho de Felipe feito pelo prof. Carlos Sávio G. Teixeira do Departamento de Ciência Política da UFF-Nterói:
"Outra Amazônia. É disto o que trata este importante livro do cientista político Felipe Biasoli. O centro de toda a sua atenção é a apresentação daquilo que o debate acerca do meio ambiente vem buscando, sem sucesso, há décadas: o desenvolvimento sustentável. A obra mostra, de um lado, que a combinação de extrativismo primitivo e marginalização da floresta através da agenda policial é incapaz sequer de proteger a Amazônia; de outro, apresenta uma alternativa, baseada no experimentalismo institucional, ao ambientalismo pós-ideológico do primeiro mundo, preocupado em usar a questão do meio ambiente para consolar-se das desilusões da história.
Hoje o Brasil recebe a atenção do mundo por ser fonte de alimentos para a humanidade e por causa da Amazônia. É, portanto, uma seara que abre oportunidade para a reinvenção das formas de organização social e econômica capazes de reorientar o debate ideológico contemporâneo. Dois argumentos poderosos percorrem as páginas desse belo livro: o desenvolvimento sustentável terá a Amazônia como protagonista e a economia do conhecimento é sua pedra de toque incontornável."
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
Vídeo do bate-papo "Além do que se vê": fotografia, memória e teoria crítica
sábado, 10 de outubro de 2020
Lançamento: "Gozo Estético na Cultura Visual: Fotografia, Memória e Alienação Social" - Sérgio Luiz Pereira da Silva
Prezad@s,
Reafirmando nosso compromisso de divulgação de obras de indubitável relevância para a grande área de Humanidades em língua portuguesa, eis que chamamos a atenção para "Gozo Estético na Cultura Visual: Fotografia, Memória e Alienação Social", o mais novo lançamento de Sérgio Luiz Pereira da Silva.
Sérgio é prof. da grande área de sociologia na UNIRIO. Mas, Sérgio é antes de tudo um inquieto. Artesão e fotógrafo, além de gostar de brincar com técnicas de edição, neste livro ele nos brinda com a fusão de duas de suas facetas: o sociólogo crítico e o fotógrafo sensível. Vamos a uma síntese do trabalho:
"O livro Gozo estético na cultura visual: fotografia, memória e alienação social faz uma reflexão transdisciplinar sobre a contribuição da fotografia para a sociabilidade contemporânea e o quanto isso influi na formação de uma memória social. É analisada a constituição da cultura visual e os seus dispositivos de controle intersubjetivo, dentro do campo da indústria cultural, trazendo este último conceito para o contexto contemporâneo.".
O livro pode ser adquirido no site da Appris, editora que está publicando o trabalho: https://www.editoraappris.com.br/produto/4084-gozo-esttico-na-cultura-visual-fotografia-memria-e-alienao-social
quarta-feira, 1 de julho de 2020
Lançamento "Pandemia Cristofascista" - Fabio Py
terça-feira, 30 de junho de 2020
lançamento de "O Brasil-Nação como Ideologia" de Fabrício Maciel
sexta-feira, 5 de junho de 2020
MESA REDONDA "RELIGIÃO, POLÍTICA E CONJUNTURA BRASILEIRA"
Valdemar Figueredo (Idealizador e Editor do Instituto Mosaico)
terça-feira, 5 de maio de 2020
Lançamento: Ellen Wood: O resgate da Classe e a Luta pela Democracia
Lançamento de "Ellen Wood: O Resgate da Classe e a Luta Pela Democracia"
Eis que o camarada Jefferson F do Nascimento, que já colaborou com este blog aqui, nos brinda em plena pandemia lançando seu livro sobre a grande teórica marxista Ellen Wood!
Trabalhadores, Política de Classe e Democracia: os limites da conciliação de classes e as armadilhas da representatividade
O livro Ellen Wood: O resgate
da Classe e a Luta pela Democracia, do sociólogo e cientista político
Jefferson Ferreira do Nascimento, pretende esclarecer a proposição de uma
Democracia Substantiva elaborada pela historiadora Ellen Meiksins Wood,
que não pode ser confundida com a tese da “democracia como valor universal” que
ganhou precedência no Brasil no ocaso da Ditadura Militar, a partir de
intelectuais como Carlos Nelson Coutinho. Ellen Wood, socialista radical,
marxista declarada e crítica à socialdemocracia, concebe como arma para
enfrentar a dominação capitalista por meio de uma democracia de facto,
que garantiria a liberdade de livre associação, a isegoria e a
autodeterminação dos produtores sobre a produção. O que Wood propõe é o poder
para o demos, o poder efetivo para o povo, o que depende de uma
organização consciente de classe.
Diferente, portanto, de uma
defesa incondicional de um governo representativo como ideal de regime político
e de sociabilidade, Ellen Wood propõe uma análise que identifica historicamente
como o Liberalismo operou de modo a identificar democracia e governo
representativo ao mesmo tempo em que o capitalismo promove a separação entre o
econômico e o político. Isto é, do mesmo modo em que o capitalismo separa os
produtores dos meios de produção, os poderes políticos intocados na propriedade
privada dos meios de produção não estão submetidos à deliberação da democracia
liberal-representativa.
Como marxista e proponente do
Marxismo Político, junto a Robert Brenner, a autora defende que a saída para o
falseamento provocado pela identificação liberal entre democracia e governo
representativo é o conteúdo de classe na luta política. A luta de classes,
dissimulada ou aberta, é uma constante em toda e qualquer forma de sociedade em
que os produtores estão apartados dos meios de produção. Logo, qualquer
proposição política que ignore que as relações de produções dispõem os
indivíduos em situação de classe, favorece a continuidade e o aprofundamento da
exploração do homem pelo homem.
O desafio para tal é que
formações conscientes de classes não acontecem, para Ellen Wood, como resultado
de uma diretriz partidária ou de intelectuais. A classe social, para Ellen
Wood, é explicada de modo mais coerente pelo historiador marxista Edward Palmer
Thompson. O que significa que a formação consciente de classe é um processo que
depende da experiência para a identificação consciente dos indivíduos como
membros de uma classe e não um mero reflexo da situação de classe, que é
determinada pelas relações de produção. Eis, o desafio!
O livro, portanto, não apresenta
uma inovação teórica e nem uma proposição original sobre a política nos dias
atuais. Ao contrário, convida o leitor para conhecer uma das principais vozes a
enfrentar o que Eric Hobsbawm chamou de “recessão do marxismo”. Ellen Wood se
destacou ao resistir a essa recessão, criticando o pós-marxismo e enfrentando
academicamente as tendências pós-modernas. Com a “recessão marxista”, as
teorias fragmentárias de análise da realidade social ganharam precedência.
Ellen Wood foi voz dissonante a esse processo e reagiu. Elaborou críticas a
certas apropriações dos textos marxianos e argumenta porque a teoria de Karl
Marx tem muito a nos dizer sobre a luta política atual. Não sem reconhecer os
desafios a serem enfrentados para tal empreendimento. Assim, o livro discute o
conceito de classe no marxismo e a proposta de E.P. Thompson, defendida por
Ellen Wood. Apresenta dados biográficos e contextuais da autora, bem como
apresenta limites e avanços teóricos na obra de Ellen Meiksins Wood.
Ellen Meiksins nasceu em Nova
York, no ano de 1942. Filha de Gregory e Bella, imigrantes letões e militantes
do Bund – partido socialista judeu na Letônia –, que saíram da Letônia
em um período conturbado: o país passou pela ditadura liderada por Karlis
Ulmanis, pela invasão soviética e pela invasão nazista. Processos políticos
conturbados, sobretudo para a população judaica que assistiu a ascensão do
fascismo neste período.
A família Meiksins mudou de Nova
York para a Califórnia, onde Ellen realizou sua formação acadêmica em unidades
da Universidade da Califórnia (UCLA). Ellen Meiksins concluiu o Bacharelado em
Línguas Eslavas, no ano de 1962, em Berkeley. Em 1970, concluiu o PhD em
Ciência Política, em Los Angeles.
A partir de 1967, Ellen e seu cônjuge
e coautor em algumas publicações, Neal Wood, também cientista político, foram
lecionar na Universidade de York, em Toronto, no Canadá.
Ellen Meiksins Wood, além de
docente na Universidade de York, foi editora da revista marxista britânica, New
Left Review, e da revista marxista estadunidense, Monthly Review,
bem como participou do conselho editorial da Socialist Register e da Against
the Current. A historiadora e cientista política, autora de vários livros e
artigos, ganhou maior notoriedade a partir do lançamento do livro The
Retreat from Class (cuja tradução para o espanhol foi intitulada ¿Una
Política sin Clases?), em 1986, que lhe rendeu o Prêmio Memorial Isaac
Deutscher, em 1988. Anos depois, foi convidada para a Sociedade Real do
Canadá, o que reafirma a sua relevância acadêmica.
Ellen Wood ficou mais conhecida
no Brasil a partir do lançamento de seu livro A Democracia Contra o
Capitalismo. Neste livro, Wood apresenta de modo sistematizado sua agenda
de pesquisa até ali, esclarecendo o conceito de democracia substantiva e o
necessário conteúdo de classe para a política.Vítima de um câncer, Ellen
Meiksins Wood morreu em 2016. Seu adoecimento interrompeu uma obra ainda em produção.
Muitos dos limites apresentados no livro apresentado neste release podem
ser decorrentes dessa interrupção, pois sabemos que, ao menos, um projeto não
foi concluído. A autora desejava elaborar uma trilogia sobre a história do
pensamento político. No entanto, apenas dois livros desse projeto foram
publicados: Citizens to Lord e Liberty and Property.
Ellen Wood: O resgate da
Classe e a Luta pela Democracia foi escrito por Jefferson Ferreira do
Nascimento, professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP),
doutorando em Ciência Política na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
e membro do Núcleo de Estudos dos Partidos Políticos Latino-Americanos (NEPPLA).
Como parte do processo constitutivo do livro, foi apresentado no 41.°
Encontro Anual da ANPOCS (2017) o paper “A redefinição do
conceito e do papel político da Classe Social e a questão da Democracia em
Ellen M. Wood”, onde as primeiras reflexões sobre o tema foram divulgadas.
Além desse paper, o artigo “’É preciso dar um passo atrás, para
avançar dois’: Ellen Wood e o retorno à teoria política contra a armadilha das
análises fragmentárias” compôs o dossiê “Estado e Política no Capitalismo
Moderno”, da Revista Debates (UFRGS). E, por fim, o artigo “O
contexto social da obra de Ellen Meiksins Wood e a busca por sistematizar uma
teoria de classes” compôs o dossiê “Contextualismo Social”, da Revista
Tempo da Ciência (UNIOESTE).
Sobre o autor:
Jefferson Ferreira do Nascimento
é professor no Instituto Federal de São Paulo – Campus Sertãozinho. Doutorando
no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGPol) da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar). É pesquisador no Núcleo de Estudos de Partidos
Políticos Latino-Americanos (NEPPLA), coordenado pela Dra. Maria do Socorro
Sousa Braga. Possui Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNIOESTE), Especialização em História, Cultura e Sociedade
pelo Centro Universitário Barão de Mauá e Graduação em Ciências Sociais (com as
seguintes habilitações: Licenciado em Ciências Sociais, Bacharel em Sociologia
e Ciência Política) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Atualmente, se dedica a estudos sobre teoria política, sistema partidário e
política comparada.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Hoje na Casa de Cultura Vila Maria - Lançamento de "Produção Textual na Universidade" organizado por Jacqueline Deolindo
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
Lançamento: "Antônio Cândido: Intérprete do Brasil" - 28/08/2019
terça-feira, 26 de março de 2019
Convite lançamento "Pesca Artesanal no Norte Fluminense” - abril, UFF Campos
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
Ctrl+C/Ctrl+V n.1 - leitura de brasilianistas britânicos sobre o Brasil contemporâneo
Bolsonaro jamais teve qualquer desenvoltura em público. Sempre compensou sua ausência de capacidade intelectual ou de carisma se saindo com polêmicas grosseiras em programas de gosto duvidoso na TV brasileira ou fazendo apologia de torturadores, além de destilar suas preferências insalubres em diversas ocasiões. Enfim... Algo que o público brasileiro que não foi abduzido nos últimos trinta anos sempre soube, porém, aparentemente esqueceram de avisar o pessoal do Schwab.