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sábado, 10 de maio de 2025

(Ainda) Sobre Lula em Campos: notas sobre o ódio político - versão estendida

 

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(Ainda) Sobre Lula em Campos: notas sobre o ódio político - versão estendida **

George Gomes Coutinho***

A visita do presidente Lula em Campos no último mês de abril produziu reverberações de diferentes naturezas. Há questões que atingem diretamente os atores do sistema político, com ênfase nas estrelas regionais, e boas notícias para o ensino público. Também a cidade foi citada positivamente na mídia nacional. Afinal, não obstante o momento sombrio que meus colegas enfrentam nos EUA, que seguem na direção do abismo da desdemocratização, a educação persiste, na média, como pauta celebrada pela população.

É importante notar que a inauguração dos prédios da Universidade Federal Fluminense não foi uma festa académica. A disputada inauguração dos prédios foi uma festa popular comemorada por milhares de pessoas no campus da UFF e nos arredores. Foi uma celebração multipartidária e democrática, com tonalidade majoritariamente progressista dada pela militância e pelos representantes de movimentos sociais. Mas, ali também estavam pessoas do staff da prefeitura, colegas e estudantes do IFF, vi amig@s da UENF, cidadãos e cidadãs comuns, ex-alun@s, tod@s prestigiando o momento histórico para a região.

Destoou a vaia, que não ocorreu em uníssono, no momento do discurso do prefeito Wladimir Garotinho. Vale dizer que o próprio Lula saiu em defesa do prefeito que, quando ainda deputado federal, protagonizou a articulação pelas verbas que permitiram a finalização dos dois prédios de sete andares que agora constituem a paisagem da avenida XV de Novembro. Ainda, no conteúdo do discurso de Wladimir, não foi detectado trecho que justificasse o constrangimento. Foi vaia autoritária com o objetivo de impedir a continuidade do discurso. Se eu reconheço que o prefeito por vezes voluntariamente macula o próprio currículo, como no veto ao projeto “Por uma infância sem racismo”, e também demonstra insistência em lamentáveis investimentos de networking político cortejando quadros extremistas na direita, em seu discurso na ocasião não havia conteúdo a ser combatido. Não que o poder local não precise da construção de um vigoroso, propositivo e popular movimento de oposição. Precisa muitíssimo. A questão é que este movimento precisará demonstrar que sabe fazer algo além de vaiar. Mas, ressalto, para além da vaia, não soube de ofensas ou ameaças à integridade física do prefeito. Algo que decorreu no outro lado do espectro político.

A visita do presidente atraiu outros setores que se mobilizaram. Forças da direita distribuiíram ofensas que foram ostentadas em pichações nos muros nos arredores do novo campus da UFF. Junto a esta ação, alguns militantes foram para a rua da UFF no 14 de abril último, um punhado de poucos indivíduos, tentar coagir as pessoas filmando sem autorização, ofendendo, provocando, xingando. Cheguei cedo e vi um rapaz enrolado em uma bandeira do Brasil, até então estava solitário, se protegendo amuado atrás de policiais militares, tal como criança medrosa agarrada na saia da mamãe. A ele se juntaram depois outros poucos. Poucos e ruidosos.

Um carro emparelhou com a comitiva presidencial, antes de Lula chegar ao campus, para ofender o presidente.

Em dado momento, enquanto o evento ocorria, um mototaxista atropelou uma pessoa forçando passagem em via urbana interditada por conta da cerimônia. A rua não estava interditada para ele pessoalmente. Era para todos. A questão é que este em particular talvez se julgasse além da lei e das regras.

Eu mesmo, ao final de tudo quando ia embora, ao entregar uns trocados para o flanelinha que guardava meu carro, fui chamado de “petista ladrão!”. Foi mais um valente mototaxista que, demonstrando em sequência sua incontestável coragem, se evadiu em alta velocidade. Não tive tempo para nenhuma reação.

Antes de prosseguir, gostaria de salientar que em visitas de chefes de governo a crítica é parte do cenário democrático. Grupos, movimentos, setores e até indivíduos aproveitam o momento para tentar abrir canais de diálogo, apresentam demandas, chamam a atenção para suas causas, protestam. É do jogo. Mas, o que vimos foi hooliganismo.

O hooliganismo se move com o objetivo final de eliminação do outro, tal como é no futebol, espaço onde os hooligans foram criados. A violência, simbólica ou até mesmo física, é mobilizada como recurso. No caso da visita de Lula estes indivíduos não apresentaram demandas. Fizeram uso político da violência. O curioso é que eram populares. Não sei quem foram os pichadores. Mas, vi as pessoas que ali estavam ofendendo e xingando no dia da inauguração dos prédios da UFF. Eram homens comuns. Os pobres de direita, como classificou o sociólogo Jessé Souza.

Eu consigo compreender pragmaticamente o que chamo de sócios majoritários e sócios minoritários da extrema-direita. Defendem o que Bruno Wanderley Reis, colega da área de ciência política da UFMG, já chamou de “agenda anti-regulatória”[1]. É o movimento de “passar a boiada”, que consiste em retirar as proteções institucionais e jurídicas que tentam diminuir os impactos de relações constituídas por assimetrias. O objetivo é que o mais forte, enfim, possa predar o mais fraco sem que ninguém tenha onde e a quem recorrer. Vale expulsar indígenas de suas terras, legalizar a grilagem, demitir quem quiser sem que ninguém encha o saco, manter o país como um paraíso fiscal para o andar de cima, extorquir, poder exercer diferentes formas de sadismo com empregados... Tudo isso é o que une parte do capital financeiro, sindicatos patronais identificáveis na cidade e no campo, madames, etc..

Mas, e os populares que vi desferindo impropérios e rangendo os dentes para pessoas que jamais viram antes? Ação coletiva dá trabalho, consome tempo e energia, e eles bancaram os custos. É preciso deixar o conforto do lar. Precisa de investimento libidinal! Não era um protesto com pauta econômica, anti-inflacionária, contra a carestia de gêneros alimentícios. Era ódio. Algo na fantasia desses indivíduos parece sugerir que a eliminação de sua nêmesis, Lula e arredores, vale muito a pena. Talvez, para ser até pudico, uma transformação estrutural, seja lá o que for, poderia advir. Não sei o que imaginam. Paolo Demuru, pesquisador italiano que atua no campo da semiótica, nos lembra do quanto narrativas delirantes, como as teorias da conspiração[2], e discursos de ódio podem funcionar como um remendo, um band-aid perverso, para vidas que se consideram irrelevantes, ressentidas, impotentes diante da brutalidade inerente ao nosso modo de viver nesta etapa do capitalismo. Freud e Reich há mais ou menos um século viram sinais parecidos na ascensão do nazifascismo, onde detectaram ali uma tentativa fajuta de encantamento e empoderamento em um cotidiano duro e sem compaixão. De todo modo o ódio que foi expresso aqui em Campos no abril último, é o que, no limite, implicaria a destruição do objeto. Ódio é afeto, tanto quanto o amor, mobilizador, poderoso e mortífero.

O que se depreende da experiência é que se confirma, mais uma vez, a persistência de uma base popular radicalizada relevante pela direita. A matéria-prima deste setor, distante socialmente dos sócios majoritários e sócios minoritários do bolsonarismo e arredores, é o mal-estar capturado por narrativas que se retroalimentam exaustivamente no ecossistema de informação vampirizado pelas big techs. Nesta seara os algoritmos, em nada neutros, ajudam a repetir conteúdos que reforçam o sintoma. O que gerou as cenas de destruição do 08 de janeiro circula entre nós em tonalidades vívidas. Por tudo isso, sim, sem anistia! E, além de palavras de ordem, o mal-estar desses setores precisa ser processado em respostas efetivas e pacíficas no campo democrático. A democracia precisa recuperar a musculatura desidratada por décadas de discursos e práticas de austeridade.


* Disponível em: https://www.uff.br/15-04-2025/presidente-lula-inaugura-nova-sede-da-uff-em-campos-dos-goytacazes/, acesso em 10 de maio de 2025.

** A primeira versão, encurtada, foi publicada na página 4 do jornal Folha da Manhã em Campos dos Goytacazes, RJ. A primeira versão foi editada pelo próprio autor para caber na formatação do jornal. Aqui no blog, que pôde ir além das 70 linhas delimitadas pelo editor do jornal, se apresenta versão um pouco maior e levemente modificada do texto original.

*** Professor da área de Ciência Política na UFF, campus de Campos dos Goytacazes, RJ.

[1] Em entrevista para o Canal Meio disponível aqui: https://www.youtube.com/live/U9SIS8cbt8c?si=nvX2MAbPgydnmqil, acesso em 04 de maio de 2025.

[2] Recomendo efusivamente o “Políticas do encanto: extrema direita e fantasias de conspiração”, opúsculo lançado por Demuru no ano passado pela editora Elefante.


sábado, 1 de julho de 2023

Uma milonga para Helinho Coelho - George Coutinho

 

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Uma milonga para Helinho Coelho**

George Gomes Coutinho***

Conheci Helinho quando eu tinha 19 anos. Eu fui seu aluno. Ele tentou me convencer das virtudes de Gramsci na época. Não curti. Achei Gramsci moderado demais e eu estava mais sintonizado com a nitroglicerina de gente como Bakunin.

Muitos anos se passaram e Gramsci estava lá muito presente em minha tese. Helinho venceu.

Entre graduação e tese nos encontramos em diferentes ocasiões. No antigo Terapia´s Bar, ainda perto do Liceu, quando um intrépido e troncudo Helinho (sim, ele era forte) chega pilotando uma Caloi 10 tão magrinha que desafiava a física newtoniana. Papo vai, papo vem.. política, música, cultura e um engradado de cerveja são consumidos.. E lá se foi ele na mesma Caloi 10 em que tinha chegado.

Teve aquele dia improvável também. Em coordenada não rastreável por GPS, alguma coisa ali esquecida “nos fundos de Chapéu de Sol”, o reencontro. Era um trailer, ou o que restava de um, com pessoas reunidas ouvindo o violão dele.. Na mesa um scotch circulava generosamente. Eu, pato novo naquela lagoa, fiquei ali curtindo o papo, a viola e o céu estrelado só na cervejinha. Saí meio trôpego com o céu escuro. Mas, pelo que vi, Helinho estava com pique para amanhecer ali com seu repertório.

Ainda Helinho era macho pra caralho. Em 2018, quando a UFF Campos foi violada por um juiz eleitoral e seus brutamontes, ocasião em que a porta do DACOM foi arrombada para apreenderem, vejam só, um punhado de panfletos que deitavam inertes no fundo de um armário trancado dos estudantes, Helinho peitou defendendo a instituição. Foi ameaçado de prisão. Eu sei que não foi a primeira vez e pode nem ter sido a última.

Helinho era muita coisa. Músico, professor, político (foi vereador na cidade), advogado, historiador, poeta, agitador cultural.... e, como se não bastasse, gente boa! Como era gente boa!

Nos esbarramos uns 10 dias atrás em uma calçada da Pelinca. Estava especialmente elegante! “Tá mal intencionado hein?”, assim eu disse. Ele deu aquele sorriso meio maroto que todos nós curtíamos.

Rest in Power Helinho. Você dizia: “Essa cana, é sacana!”, em uma crítica à brutalidade de nosso canavial. Por sua saída tão abrupta eu digo que por vezes a vida também é sacana meu camarada....

* Helinho em 2018 em sala de aula da UFF-Campos, instituição pela qual se aposentou em dezembro de 2022. Foto de Johnatan França de Assis.

** Hélio Coelho, ou simplesmente Helinho como era carinhosamente conhecido, foi uma das figuras mais ativas da vida intelectual campista nos últimos 50 anos. Ele foi advogado, historiador prático, escritor, violonista, cantor, poeta, analista político e agitador cultural. Foi vereador e Presidente da Câmara Municipal durante a Ditadura e um dos líderes do Movimento pelas Liberdades Democráticas. Também foi membro da Academia Campista de Letras, associação que presidiu neste século XXI. O querido Helinho nos deixou na última quinta-feira aos 75 anos.

*** Professor da área de ciência política no Departamento de Ciências Sociais da UFF-Campos.

domingo, 9 de abril de 2023

Aula Inaugural - PPGDAP - UFF - Campos

Convidamos a todos e a todas para a Aula Inaugural 2023/1 do Programa de Pós-Graduação Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas (PPGDAP), que será realizada nesta quinta-feira, dia 13/04/2023 às 16h00min, no Auditório da UFF Campos/ESR.  Teremos a satisfação de ter o conceituado Prof Dr. Jorge Natal - Professor Visitante do  PPGDAP em 2023 - como nosso palestrante. A palestra é intitulada    “Modernização Capitalista e Projeto Civilizatório Brasileiro: alguns avanços, muitos recuos".  O prof. Jorge Natal tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional atuando nos  temas de política econômica brasileira e a economia carioca e fluminense. 

Solicitamos gentileza de divulgar em suas redes sociais.

Contamos com a presença de todos e todas!!!

sábado, 17 de julho de 2021

XI Semana de Ciências Sociais da UFF-Campos - Chamada de Trabalhos

 A Comissão Organizadora da XI Semana de Ciências Sociais da UFF/Campos gostaria de convidá-l@s para participar das atividades do evento e enviar resumos aos GTs temáticos.

O tema do evento é "Ciências Sociais em tempos de exceção" e acontecerá de 9 a 13 de agosto de 2021
Atenção!! O prazo para o envio de resumos foi adiado!!
Nova data: 25/7
 - Link com as informações sobre a programação, inscrições, GTs e normas para submissão de resumos: https://www.even3.com.br/xisemanadecs/
 - A programação já está quase toda no site!
 - O evento será on-line e aberto à comunidade universitária de instituições de ensino da cidade, da região e do país.
Muito obrigado!
Atenciosamente,
Comissão Organizadora: Jacqueline Deolindo, Claudio Araujo, Geovana Tabachi, Raquel Brum, Mariele Troiano, Maria Claudia Pitrez, Frederico Carlos de Sá, Ricardo Bruno Ferreira, Emannuel Santana, Haline Medeiros.


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Divulgação - "Território, sociedade e ambiente: um olhar sobre a foz do Rio Paraíba do Sul"*

Sinopse:

O documentário é fruto de um trabalho coletivo de conclusão das disciplinas Território e Sociedade (Professora Dra. Elis de Araújo Miranda) e Sociedade e Ambiente (Professora Dra. Maria Gabriela Scotto) da turma 2019 do Mestrado em Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas (PPGDAP), vinculado à Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes. Aborda, de maneira crítica e reflexiva, questões relacionadas ao fechamento da foz do Rio Paraíba do Sul, em Atafona - São João da Barra. A concepção inspirou-se na poesia “Impotência ou cadê a pororoca”, de Helio Coelho. Apresenta a foz através da perspectiva de agentes que interagem com o lugar, promovendo reflexões a respeito das mudanças daquele ambiente.



Sinopse: Direção coletiva / Documentário / 35min / Ano 2019 / Campos dos Goytacazes - RJ / Brasil / Classificação Livre.

A trilha sonora foi gentilmente cedida por Kalu Coelho.

Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas (CDR/PPGDAP), vinculado ao Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ESR) da Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes.

Turma 2019:
Clóvis Peixoto Firmo
Diogo Sant'Ana de Sá
Gustavo Machado Ribeiro
Hélio Coelho
Jonatan Fernandes
Késia Rocha Araújo
Lívio Bissonho
Lucas Ferreira Lopes
Nayara Francisco
Rodrigo Pereira da Silva
Thamyres Siqueira Freire
Yuri Costa Moraes da Silva
* Fonte: YouTube.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Lançamento: "Antônio Cândido: Intérprete do Brasil" - 28/08/2019

Prezadxs,

Na próxima quarta-feira, dia 28 de agosto, teremos o lançamento do novo livro do cientista político Márcio Malta, mais conhecido nas quebradas de quadrinhos e cartoons simplesmente como "Nico".

O opúsculo se chama "Antônio Cândido: Intérprete do Brasil". Trata-se, em última instância, de uma introdução ao pensamento do insubstituível Antônio Cândido de Mello e Souza. Contudo, não é uma introdução na direção em que estamos mais acostumados no caso do autor em destaque, onde Cândido usualmente é sintetizado como um dos maiores críticos literários de todos os tempos em terra brasilis (o que não é pouca coisa evidentemente). 

O Cândido de Malta é interpretado por um singular duplo viés: Cândido pensador do Brasil e intérprete maiúsculo da política nativa. Para além disso, os dotes artísticos do cartunista Nico, o alter ego do cientista político, brindam o leitor com uma bela efígie de Cândido e com sutilezas gráficas por todo livro. Trata-se de um produto de artesanato intelectual avant la lettre.

O livro terá seu primeiro lançamento aqui na cidade no auditório da UFF-Campos na próxima quarta-feira, 18 horas.

A mesa de lançamento contará com o próprio autor, Claudio Araújo e este que vos escreve. Todos somos professores de Política do Departamento de Ciências Sociais da UFF-Campos.

Esperamos vocês lá para mais essa balbúrdia. Abaixo segue o convite




terça-feira, 26 de março de 2019

Convite lançamento "Pesca Artesanal no Norte Fluminense” - abril, UFF Campos


Prezad@s,


Eis que o inoxidável Sr. José Colaço Dias Neto apronta mais uma. O camarada organizou e lança neste mês de abril coletânea “Pesca Artesanal no Norte Fluminense”.


Nesses tempos bicudos o trabalho organizado por Colaço é um belo presente disponível no mercado editorial e certamente imprescindível para pesquisadores e leitores do Norte Fluminense e alhures.

Vamos ao convite oficial:

“Prezad@s colegas,

É com grande satisfação que convidamos para o lançamento da coletânea “Pesca Artesanal no Norte Fluminense: estudos de caso sobre meio ambiente, conflito e resistência de um modo de vida” organizada por José Colaço, que conta com trabalhos realizados por pesquisadores do Neanf/UFF nos últimos anos e um texto inédito do Prof. Aristides A. Soffiati.

O livro integra a Coleção Conflitos, Direitos e Sociedade do INCT-InEAC/UFF e consolida os primeiros estudos de carácter empírico e etnográfico sobre a pesca artesanal na região após a refundação do Neanf na UFF. A apresentação da obra foi escrita pelo Prof. Fábio Reis Mota.

O lançamento acontecerá no dia 03 de abril, quarta-feira, às 18h, no Auditório do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da UFF em Campos-RJ. Na ocasião será realizada uma Mesa Redonda com a presença dos autores dos capítulos.

Serão emitidos certificados de participação para os presentes no evento e haverá venda de livros no local.

Pedimos, por gentileza, que compartilhem o convite em suas redes.”



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Falando em Bienal de Campos... Parte II

Prezad@s,

Texto de divulgação do lançamento do trabalho do Carlos Abraão Valpassos amanhã na Bienal campista.

Tema absolutamente fundamental em nossa conjuntura... Nunca foi tão necessário um olhar sério sobre esta questão e Abraão, meu colega de Departamento e amigo de outros carnavais, certamente tem muito a dizer sobre questão tão espinhosa em seu livro.

Divulguem e prestigiem!



Professor da UFF lança livro sobre abortos na Bienal

O doutor em antropologia cultural e professor da UFF, Carlos Abraão Valpassos lança neste sábado (24), na 10ª Bienal do Livro de Campos, o livro: "Abortos: Dramas Sociais e Histórias Sobre eles". O evento acontece às 20h no estande da universidade. O livro é o resultado de cinco anos de pesquisas e entrevistas sobre o tema, não se posicionando favorável ou contra a questão. A obra aborda as tensões em torno de um dos debates mais intensos do Brasil contemporâneo. Para ilustrar as perspectivas, o antropólogo trata de alguns dos principais eventos que marcaram a questão do aborto entre os anos de 2007 e 2010, formulando, a partir de múltiplas fontes empíricas, uma narrativa que expõe os conflitos e antagonismos em diferentes contextos. "Entender o debate em torno do aborto no Brasil é uma tarefa que implica, no mínimo, a consideração da cosmologia religiosa na formação de discursos que compõem a base dos argumentos 'pró-vida' apresentados nos debates sobre o tema. Do mesmo modo, seria impossível discutir essa questão sem considerar os discursos feministas e seus argumentos em defesa da legalização do Aborto", cita o autor.

domingo, 18 de novembro de 2018

Falando em Bienal de Campos.... Parte I

Prezad@s,

Mesmo com toda a histeria nada ingênua de certos grupos reacionários de Campos a 10ª Bienal realmente promete ser um sucesso. Um verdadeiro sopro de frescor nestes tempos que correm.

Contribuindo de forma brilhante para este esforço de inteligência em dias tão bicudos, venho chamar a atenção para os trabalhos de dois colegas do Departamento do Ciências Sociais da UFF-Campos que serão lançados no evento.

Andrea Paiva estará com seu trabalho, a reedição de sua dissertação de mestrado, lançado no dia 21 de novembro, 20 horas, conforme convite que inseri aqui neste post. O livro intitulado "Buraco Escuro: memória, espaço e identidade de uma comunidade mineira em festa por Nossa Senhora do Rosário" também terá seu espaço garantido para mais um lançamento no próprio stand da UFF/Campos no dia 23, sexta-feira, durante o evento.

Por fim e não menos importante: no dia 21 de novembro minha colega não estará sozinha. O polivalente Carlos Eugênio Soares, também membro do nosso Departamento de Ciências Sociais, na mesma ocasião lançará o seu livro "Vivendo em tempos de tirania - a Vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes - tão perto do Rio de Janeiro, tão longe do Espírito Santo (1808-1832)".

Prestigiem. A produção intelectual de qualidade, quem diria, tornou-se em si algo até subversivo na conjuntura. 



sábado, 29 de setembro de 2018

esclarecimento sobre o dia 13/09, a UFF-Campos e a ação truculenta do TRE-RJ

Prezad@s,


Em virtude do Manifesto do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional, a UFF-Campos, creio que é útil contextualizar o clima de terror político que vivenciamos na atual conjuntura em Campos dos Goytacazes, RJ. O dia 13 de setembro do ano corrente foi especialmente marcante para nossa comunidade. Irei narrar os relatos que recebi "no calor da hora". Explico: embora eu cuide de uma disciplina na graduação nas quintas-feiras deste semestre, eu cheguei pouco após os fatos. Contudo, tentarei ser o mais preciso possível a partir do que me chegou por colegas e estudantes.

No último dia 13 quatro fiscais do TRE-RJ foram no campus da UFF-Campos procurando pelo diretor do Instituto, prof. Roberto Rosendo. Este ministrava uma disciplina no mestrado de Geografia por volta das 16 horas. O prof. Rosendo foi interrompido em pleno exercício docente pelos agentes do TRE que reivindicaram a abertura do Diretório Acadêmico dos estudantes. O motivo seria uma denúncia anônima que alegava ser a UFF-Campos espaço de "propaganda eleitoral irregular". 

O prof. Rosendo perguntou, corretamente, sobre um mandado. Os agentes do TRE-RJ responderam que não detinham o documento. Diante da ausência de um mandado de busca e apreensão, o prof. Rosendo se recusou a abrir o Diretório dos estudantes.

Não contentes os agentes do TRE-RJ saíram para logo após retornar com o próprio juiz eleitoral. Este ameaçou dar voz de prisão ao prof. Roberto Rosendo caso este não abrisse o Diretório. Mais uma vez interrompido em suas atividades e visivelmente coagido, mesmo sem a apresentação do mandado, o professor conseguiu uma chave para abrir o Diretório dos estudantes.

Nesse ínterim o arbítrio, a truculência e o autoritarismo saíram do controle. Outro de nossos colegas interpelou o juiz, até por ser advogado em exercício, perguntando ao meritíssimo sobre os motivos que o levaram a executar tal operação. A resposta foi mais uma ameaça de prisão dado que o professor, um dos mais antigos da UFF-Campos, estaria "obstruindo o trabalho da justiça". 

Entre os estudantes, estes com adesivos de candidatos e partidos de sua preferência em suas camisas, são ameaçados pelos agentes do TRE-RJ, tem os adesivos arrancados, etc..

Os oficiais, o diretor do Instituto, o juiz, todos chegam ao Diretório. Embora de posse das chaves a porta do Diretório é arrombada de forma desnecessária. Os pertences de estudantes e armários são revirados. Mas, ali havia o poderoso material ilegal: 470 panfletos e 4 adesivos. Sim, todo este aparato e violência para apreender o material descrito que estava guardado inerte dentro de um armário dos estudantes no Diretório Acadêmico.

Após o dia 13 de setembro ouço relatos, por colegas docentes e estudantes, da presença de oficiais à paisana circulando pelo campus. No dia 19/09, em Assembléia realizada entre docentes, estudantes e representantes da ADUFF (Associação de Docentes da Universidade Federal Fluminense), mais uma vez houve a presença do TRE-RJ provocada por denúncia de "reunião político-partidária", embora na prática a pauta da referida Assembléia fosse discutir a ação do próprio TRE-RJ ocorrida na semana anterior. 

Nesta semana, no dia 26/09, o diretor do Instituto recebe intimação para comparecer em reunião com representantes do TRE-RJ. Neste caso o objetivo foi abarcar além da UFF-Campos. Todos os dirigentes de Instituições de Ensino Superior públicas e privadas de Campos dos Goytacazes foram "intimados" a comparecer em reunião presidida pelo juiz Ralph Manhães, o mesmo cuja presença substituiu o mandado de busca e apreensão no dia 13/09. Da reunião o produto publicizado foi uma ata onde o juiz proíbe, o termo utilizado foi exatamente este, servidores de realizarem atividades de cunho político-partidário em "horário de expediente".

Creio que todos que conhecem o regime de trabalho de Dedicação Exclusiva compreendem os embaraços desta determinação. Embora o regime de Dedicação Exclusiva inviabilize acertadamente outros vínculos empregatícios, o que deriva em ônus e bônus, quem irá fiscalizar e/ou determinar se a prática política inerente ao exercício da cidadania está sendo realizada em "horário de expediente", não desconsiderando as obviedades do trabalho em sala de aula ou de atendimento ao público?

Há muito mais a ser dito. Inclusive sobre a instrumentalização da justiça por grupos, estes incapazes de exercer o debate democrático, com o fito de enfrentarem adversários políticos. Todavia, neste momento, cabe a descrição dos fatos.

Fraternalmente neste sábado onde parte do país se posicionou de forma veemente contra o autoritarismo nas ruas me despeço disponível para todo e qualquer esclarecimento que se faça necessário,

George Gomes Coutinho
Prof. Adjunto de Ciência Política na UFF Campos
Dr. em Ciência Política pelo PPGCP/UFF

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Manifesto do Colegiado de Unidade do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da UFF em Campos dos Goytacazes a favor da autonomia universitária.

Prezad@s,

Há fatos graves transcorrendo na Universidade Federal Fluminense, Pólo Universitário de Campos dos Goytacazes, que causam perplexidade mesmo que estejamos em um Estado Democrático de Direito absolutamente frágil após o golpe parlamentar de 2016.

Em virtude disso reproduzo abaixo o "Manifesto do Colegiado de Unidade do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da UFF em Campos dos Goytacazes a favor da autonomia universitária.". Há uma descrição dos fatos e um posicionamento político que, em última instância, não diz respeito somente ao público universitário. O Manifesto explicita o Brasil que desejamos: democrático, diverso e sem arroubos autoritários.

Fiquemos com o Manifesto:




Manifesto do Colegiado de Unidade do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da UFF em Campos dos Goytacazes a favor da autonomia universitária.


O Colegiado de Unidade do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes decidiu manifestar seu posicionamento sobre os acontecimentos ocorridos após o último dia 13/09/2018, por ocasião da apuração, por parte do Tribunal Regional Eleitoral, de denúncia sobre supostas irregularidades no cumprimento da Lei Eleitoral n.9504/97. Compreendemos que a forma autoritária através da qual se desempenhou sua atuação exibe, infelizmente, um padrão de tratamento conferido às instituições de ensino, pesquisa e extensão, no atual momento, que parecem estranhas à democracia, à legalidade, às garantias de liberdades previstas oficialmente, bem como a autonomia universitária como um todo.

A história da Universidade Federal Fluminense na cidade de Campos dos Goytacazes já dura 56 anos, figurando, em sua gênese, a reconhecida Escola de Serviço Social. A partir do ano de 2009, com o Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais, o Reuni, foram abertos novos cursos e departamentos, possibilitando que hoje a UFF, em Campos, atenda mais de 3.000 discentes de todo o Brasil. Atualmente, totalizamos sete departamentos de ensino, seis cursos de graduação (três deles com a modalidade bacharelado e licenciatura) duas pós-graduações acadêmicas stritu senso, um conjunto de pós-graduações lato sensu, programas como a Universidade da Terceira Idade (UNIT) e o SPA (Serviço de Psicologia Aplicada) que atendem à sociedade campista. Todos os cursos são gratuitos e de qualidade reconhecida, tanto pelo alto nível técnico dos professores, (90% do quadro atual formado por doutores de reconhecido mérito acadêmico), funcionários técnico-administrativos bem formados e qualificados, e estudantes que têm obtido sucesso profissional mesmo na etapa de formação na graduação, como no ingresso no mercado de trabalho dentro e fora da cidade, além daqueles que optam pelo ingresso na pós-graduação nos melhores Programas do país, alguns deles, inclusive, fora do Rio de Janeiro. Dessa forma, os mais de 130 docentes e 60 técnico-administrativos são comprometidos seriamente com o pleno desenvolvimento de seus trabalhos, bem como com o retorno da produção de conhecimento de alto nível para a sociedade campista e do norte-fluminense como um todo, região de atuação precípua desta comunidade universitária.

A universidade pública, embora tenha sido criada tardiamente em nosso país – o que certamente explica parte de nossas contradições e de nossas características enquanto sociedade – se consolidou, ao longo de sua história, como um lugar especial de formação de quadros técnicos, como um espaço para o exercício de atividades científicas refinadas e necessárias para nossa própria compreensão e de transformações sociais e como um espaço plural no qual a diversidade de pontos de vistas, perspectivas e expressões do pensamento encontraram aderência. Na história recente, como sabemos, durantes os anos que estivemos regidos pela Ditadura Militar, cujos direitos civis e as liberdades individuais estiveram sob ameaça, esta multi-vocação, que caracteriza a vida universitária, ficou intimidada, mas, o empenho, a resistência e a luta de profissionais e estudantes ao longo de décadas, foram significativos para sua continuidade, sua expansão e sua excelência. A espinha dorsal deste processo foi e sempre será a autonomia, conceito este que, sublinhamos, não significa aversão às normas oficiais ou descumprimentos, mas, indica, semanticamente, uma gramática que preza pela possibilidade de realização plena do trabalho acadêmico e extensivo, bem como ao exercício de nossas liberdades de pensamento que estimulam nossa produção de conhecimento e o debate aberto e plural de ideias.

Este Colegiado, no mínimo, estranha a forma de atuação Tribunal Regional Eleitoral, tal como relatado, observado, por membros da comunidade universitária, o ocorrido no último dia 13/09, e seus desdobramentos, uma vez que a UFF, na sua presença em 56 anos na cidade de Campos, nunca esteve “fechada” para a sociedade, nem para os órgãos oficiais de gestão e fiscalização. Ao contrário, sempre que recebeu notificações, pedidos de esclarecimentos, ou mesmo denúncias através dos canais legais sob os assuntos mais diversos, seus gestores e seus setores administrativos nunca deixaram de colaborar e auxiliar na condução razoável dos processos, independente de posicionamentos políticos ou controvérsias procedimentais.

Infelizmente, a referida e desastrosa atuação pareceu longe de uma etiqueta justa e condizente com a função e importância de órgãos ligados à fiscalização por parte do Poder Público – estes, sem dúvida, considerados instituições fundamentais para o exercício pleno da democracia e da garantia de direitos. Tal ação, até onde nos chegam as notícias, parece estar encontrando reverberações em outras Instituições de Ensino Superior de Campos e região, o que nos faz pensar que não se trata, apenas, de uma controvérsia local e sim de um processo maior e mais amplo, que está colocando em xeque a autonomia universitária no país como um todo.

Por fim, conclamamos não apenas a comunidade acadêmica da UFF-Campos, mas a UFF como um todo, juntamente com todas as Instituições de Ensino Superior, como também, é claro, a sociedade campista e do norte-fluminense, para unirmos forças e resistirmos juntos neste momento tão sensível pelo qual passa a Universidade Pública. Depende de nós mantermos este espaço de excelência, autonomia, pluralidade e legalidade.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Conflito UFF x TRE-RJ

TRE volta à UFF de Campos e intima diretor a proibir panfletagem política na unidade

Docentes de várias instituições públicas de ensino têm sido alvo de práticas consideradas intimidatórias, que atentam contra a autonomia universitária garantida pela Constituição de 1988. Exemplo recente das tensões políticas que antecedem o período eleitoral envolve o professor Roberto Rosendo, diretor do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ESR) da Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes, que na quarta-feira (19), recebeu intimação do juiz Ralph Manhães.
O documento afirma que o docente "deve se abster de praticar ou permitir ato de adesivação e panfletagem no interior dessa instituição, bem como a realização de reunião partidária ou manifesto político em desrespeito à legislação eleitoral e o princípio da isonomia com demais partidos e correntes políticas durante o período pré-eleição sob as penas da lei”.
A intimação foi entregue seis dias depois de a comunidade acadêmica da UFF em Campos ter se pronunciado acerca da visita de um magistrado eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral/RJ ao campus universitário, acompanhado de fiscais e policiais militares, que culminou com o arrombamento da sede do DCE. Há relatos de que também teria havido a revista de pertences, a apreensão de documentos pessoais, retirada à força de adesivos das vestimentas dos presentes e a proibição de que voltassem a portá-los na universidade.
A professora Marina Tedesco, presidente da Aduff-SSind, estava naquela unidade da UFF na noite de quarta-feira (19), reunida com outros docentes da instituição justamente para dialogarem sobre a ação do TRE, realizada no dia 13 próximo passado. Ela conta que a intimação foi entregue ao diretor Roberto Rosendo cerca de meia hora após o término da conversa entre os docentes.  O TRE foi à Universidade para apurar, provocado por uma denúncia, a realização de reunião estudantes com caráter político-partidário. Após, entregou a intimação ao professor Roberto Rosendo.
Para a dirigente sindical, assim como a UFF de Campos dos Goytacazes, outras universidades públicas do país têm sido vítimas de interpretações abusivas da lei, com execuções truculentas destas interpretações, que acompanham a restrição às liberdades civis e democráticas que acontecem nos últimos anos no país.
“Não há dúvidas que setores conservadores estão utilizando as denúncias, quase sempre anônimas, para tentar calar o pensamento crítico e a politização inerente às universidades, que cada vez mais vê sua autonomia desrespeitada. E a ADUFF seguirá se posicionando intransigentemente contra tudo isso”, problematizou a docente.
DA REDAÇÃO DA ADUFF |Por Aline Pereira
Fonte: Associação dos Docentes da UFF/Seção Sindical do ANDES-SN (ADUFF/SSind).
Acesso: 

sexta-feira, 14 de setembro de 2018


NOTA DE REPÚDIO CONTRA O ABUSO DE AUTORIDADE NO ARROMBAMENTO DO DACOM DA UFF CAMPOS*

A ADUENF repudia veementemente a ação repressiva e atentatória às liberdades democráticas e à autonomia universitária realizada no dia 13 de setembro pelo Tribunal Regional Eleitoral contra a comunidade acadêmica da UFF Campos.

A partir de denúncia de que haveria na universidade material de propaganda eleitoral de candidatos de partidos de esquerda, a fiscalização do TRE, de maneira autoritária e contrária aos princípios democráticos mais elementares, conduziu uma ação arbitrária que culminou no arrombamento da sala do Diretório Acadêmico, com revista arbitrária das bolsas e mochilas dos/das estudantes e retirada de adesivos que estavam colados em suas roupas, em flagrante desrespeito à inviolabilidade de seus corpos e ameaça de prisão para aqueles que interpelavam o juiz responsável e denunciavam sua arbitrariedade.

Repudiamos o abuso de autoridade dessa ação e a tentativa de instituição da “Escola com Mordaça” no ambiente universitário. Manifestamos, ainda, nossa solidariedade à comunidade acadêmica da UFF Campos e ao Diretor Roberto Rosendo e ao Professor Hélio Coelho, diretamente atingidos pela arbitrariedade judicial.

Não aceitaremos a violação da autonomia universitária e a repressão ao exercício das liberdades políticas duramente conquistadas com a resistência à ditadura empresarial-militar instituída pelo Golpe de 1964 e garantidas pela Constituição!

DITADURA NUNCA MAIS!!!

Campos dos Goytacazes, 14 de setembro de 2018

ADUENF-SESDUENF
Gestão Resistência e Luta 2017-2019

* Publicado na página da Associação dos Docentes da UENF no Facebook.

Acessível em: 
https://pt-br.facebook.com/aduenf/

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Nota de pesar Ciências Sociais da UFF- Campos dos Goytacazes - Museu Nacional






Campos dos Goytacazes, 03 de setembro de 2018

O Departamento de Ciências Sociais e as Coordenações do Curso de Ciências Sociais de Campos dos Goytacazes vêm manifestar sua profunda dor com a tragédia que atingiu de forma incomensurável a Memória, o Patrimônio, a História e a Ciência brasileira na noite de ontem (02/09/2018) e que culminou na destruição do Museu Nacional.

Gostaríamos ainda de sinalizar nossa solidariedade com aqueles e aquelas que durante 200 anos de História trabalharam na construção desse espaço com sua magnitude, riqueza e compromisso.

Por fim, denunciamos o descaso e descompromisso dos atuais gestores públicos com o patrimônio histórico brasileiro, a produção científica e cultural e a forma como têm sido tratados. Tal descaso e descompromisso ameaçam nossa memória e nosso futuro como nação.

 Atenciosamente,

Chefia do Departamento de Ciências Sociais Coordenações do Curso de Ciências Sociais (Bacharelado e Licenciatura)

quinta-feira, 15 de março de 2018

Ato - Homenagem a Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes - UFF/Campos dos Goytacazes, RJ

Prezad@s,

Com profundo pesar diante da tragédia humana ocorrida ontem no Rio de Janeiro e simplesmente horrorizado com a hipótese de também ter sido um crime político, venho informar aos(as) interessados(as) que hoje em Campos dos Goytacazes, RJ, no Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense, (UFF/Campos), ocorrerá um ato em protesto ao ocorrido e em homenagem à memória das vítimas Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio, e  Anderson Pedro Gomes, motorista da vereadora. Ambos assassinados em condições francamente obscuras.

Resumidamente:

Ato em memória de Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes

Local: UFF/Campos - Rua José do Patrocínio, 71.

Horário: 18 horas. 


domingo, 3 de setembro de 2017

UFF – 55 anos em Campos

UFF – 55 anos em Campos*

George Gomes Coutinho **

Campos dos Goytacazes se tornou neste início de século o maior pólo universitário do interior do estado do Rio de Janeiro, somando cursos de graduação e pós-graduação das instituições públicas e privadas aqui instaladas. É uma vantagem estratégica formidável. Estamos falando de geração de um capital humano para Campos e regiões vizinhas de valor incomensurável. São os egressos que operacionalizam políticas públicas, agregam valor aos processos produtivos, formam outros agentes nos processos de educação formal e geram cultura. O capital humano de alto valor agregado tem impactos que são multivariados, embora nem sempre mensuráveis de maneira imediata.

Porém, este processo complexo de formação ocorre tijolo após tijolo, não é exatamente visível como a inauguração de um viaduto ou avenida e tampouco costuma mobilizar a atenção cotidiana fora do circuito acadêmico. Não é espetacularizado. Deriva do trabalho contínuo e discreto de ensino, pesquisa e formação de todos(as) os(as) envolvidos(as), passando por estudantes, técnicos, setor administrativo e, obviamente, docentes.

Por essa razão, olhando em retrospectiva e mirando tanto o presente quanto o futuro, a cidade deve comemorar junto de nossa comunidade acadêmica os 55 anos de instalação da UFF em Campos dos Goytacazes. São 55 anos de história institucional onde formaram-se algo em torno de 5.500 assistentes sociais que atuam em Campos, no RJ e em outros estados brasileiros. Consoante à idéia de que processos de construção de uma ampla estrutura de formação e de conhecimento são paulatinamente alicerçados, o curso de Serviço Social merece todo reconhecimento por ter sido em décadas o único curso público, gratuito e de qualidade em uma cidade que guarda em seu histórico o lastro de ser brutalmente excludente. Trata-se de uma trincheira aberta pelo curso e por seus profissionais que considero altamente subversiva dado o contexto. Hoje existe na cidade uma rede complexa e diversa de ensino público superior gratuito federal e estadual. Contudo, não custa lembrar: há entre nós o Serviço Social que é, a um só tempo, combativo antecessor e contemporâneo nesta trajetória.

* Texto publicado no jornal Folha da Manhã em 02 de setembro de 2017


** Professor de Ciência Política no Departamento de Ciências Sociais da UFF/Campos dos Goytacazes

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A Gramática da política brasileira (1889-1964) - Palestra na UFF/Campos

Prezad@s,

Dando continuidade aos encontros públicos da intrépida trupe do Imagina-Sul (Grupo de Estudos e Pesquisas da Imaginação Político-Social e do Pensamento Político-Social no Sul do Mundo... Ufa!), teremos no dia 15/06/2015, 18:30, no auditório da UFF/Campos (Rua José do Patrocínio, 71, Centro, Campos dos Goytacazes) a palestra "A Gramática da Política Brasileira "1889-1964". A palestra será ministrada pelo prof. Dr. Claudio Souza e Silva e contará com os comentários deste que vos escreve.

Contamos com a divulgação e a presença de todxs!



sábado, 14 de maio de 2016

O pensamento republicano no Império - Palestra e debate na UFF/Campos

Prezad@s,

Mais uma empreitada promovida pelo Departamento de Ciências Sociais na UFF/Campos: a palestra "Pensamento Republicano no Império (1860-1974). O capitão da nau será o prof. Luis Falcão tendo como debatedor o prof. Márcio Malta, figurinha carimbada que já apareceu em outras ocasiões aqui no blog.

O tema é bastante oportuno para quem compreende que a política brasileira simplesmente "não nasceu ontem".

Divulguem e prestigiem!

Maiores detalhes encontram-se no cartaz do evento: